Ritos de passagem

Sinopse Ritos de Passagem "Penso que a falta de sono e o excesso de compreensão estão me deixando meio louco, como todos os homens do mar que vivem perto demais uns dos outros e, consequentemente, perto demais de tudo que é monstruoso sob o sol e sob a lua." Presas a uma velha nau que singra da Inglaterra para a Austrália, no início do século 19, pessoas de origens diversas deixam aflorar sua índole mais obscura, perpetrando crimes que todos preferem esquecer. Segundo tomance do Prêmio Nobel de Literatura, Ritos de passagem constitui um afresco perturbador sobre as inter-relações da sociedade, em cujas raízes reverbera o Mal. O choque entre civilização e barbárie, tema por excelência de William Golding desde O senhor das moscas, encontra aqui o modelo das narrativas do passado, como as obras de Richardson, Sterne, Shakespeare e Racine, com as quais dialoga de maneira brilhante. Por intermédio do diário de Edmund Talbot, futuro secretário da Coroa na colônia, somos informados das peripécias da viagem. Mas como se trata de um narrador não confiável, somos obrigados a enxergar além dele. E o que vemos nos assusta... Seja pelo relato de intrigas e tragédias de um tempo remoto, seja por meio de uma prosa densa e elegante, Golding investiga, na verdade, algo muito mais próximo e intrigante: a alma do ser humano.